domingo, 26 de dezembro de 2010

Fast Food Japa

Bem, meu blog já estava carente... entao resolvi dar o ar da existência em meus assuntos tratados aqui para que ele não terminasse o ano mudinho. Fim de ano combina sempre com comida... então, que tal conhecer um pouco do sistema fast food daqui do Japão? Se você pensa que aqui no Japão o fast food surgiu apenas com a chegada das famosas redes como o McDonalds, KFC ou Wendy's, enganou-se! A vida corrida daqui fez com que algumas modalidades de fast food aparecessem mesmo sem a influência dessas multinacionais.

O tão famoso sushi  passou a existr sob um formato muito menos sofisticado desde a era Edo. Nos antigos mercados de Tóquio, o peixe era colocado sobre o arroz, que era preparado com vinagre, no intuito de mantê-lo mais tempo conservado. Com o passar do tempo, o peixe passou a ser consumido juntamente com o arroz, que antes somente servia como uma base de conserva sem o consumo propriamente dito. Daí este conjunto assumiu uma forma quadrada e grande e também passou a ser consumido com o shoyu, a raiz forte e o gengibre. Posteriormente, o sushi ganhou a forma similar aos da atualidade, ainda que esses tipos antigos existam ainda em alguns pontos de venda mais tradicionais. Particularmente, eu nunca comi, sobretudo pelo tamanho que me assusta de tão grande.

Bem, para a correria do dia-a-dia, surgiu o tipo de restaurante chamado kaiten-sushi (回転寿司) que nada mais é do que um espaço contendo em seu centro uma esteira circular em torno de um balcão em que em seu interior fica a equipe de sushi-man que, incansvelmente, prepara variedades de sushis para que o cliente escolha o tipo que lhe apetecer. Como os tipos de sushi são diferentes entre si, existe uma variação também do valor. A maneira encontrada para estabelecer esta diferença foi arranjar as duplinhas de sushi em pratinhos pequenos com cores e desenhos definidos de acordo com o valor de cada duplinha pelo restaurante. A medida que você vai comendo, vai empilhando os pratos para não perder a conta. Depois o garçom conta o número de pratinhos que você retirou da esteira e emite o valor da conta. Resumindo, o processo consiste em: sentar, escolher, pegar, comer, empilhar e pagar.

Também existe outra modalidade de fast food que surgiu através dos gyudons (牛丼), que são tigelas com arroz e uma carne (bem xexelentinha, por sinal e ainda com uma gordurinha) preparada com cebola e consumida com uma conserva de gengibre. Esses tipos de fast food são frequentados principalmente pelos trabalhadores, os chamados salary-man (サラリーマン). A pessoa faz o pedido e, rapidamente o prato vem. Normalmente você pode pedir uma salada ou um misoshiro ou algo que o restaurante ofereça como acompanhamento. A pessoa normalmente come sentada em torno de um balcão, assemelhando-se às lanchonetes tradicionais no Brasil. Um exemplo deles é o Yoshinoya ( http://www.yoshinoya.com/ ), mas existem outras redes, como o Sukiya e a Matsuya, que se encontram espalhados por todo o Japão. Para os curiosos, o Sukiya tambem tem uma loja em São Paulo, na Liberdade, é claro!

Da mesma forma, tambem são muito populares as casas de curry japonês, pratos que são como um creme (na textura de um estrogonofe) contendo legumes e alguma carne, acompanhados também com arroz e conserva de gengibre. O engraçado é que existe uma rede de currys que se chama Coco Ichibanya ( http://www.ichibanya.co.jp/index.html ). Fica a interpretação do nome para quem quiser... hehehehe... Mas estes são bem consumidos, sobretudo no inverno. Essas casas também são encontradas por todo o Japão.

Ainda existem os famosos lamens, udons e sobas, que são extremamente populares e, geralmente baratos, que contam com uma infinidade de lojas pequenas, principalmente nas estações de trem e mediações.  Os lamens geralmente são massas, servidas quentes, como uma sopa, bem mais incrementados e saborosos que os conhecidos miojos. Apresentam uma variedade enorme de sabores. São originários da China, mas extremamente populares entre os japoneses. Normalmente, depois de uma balada, as pessoas saem para comer um lamen, da mesma maneira em que, no Brasil, as pessoas comem um sanduíche. Os udons e sobas podem ser comidos quentes ou frios e apresentam versões especiais de acordo com a estação do ano, variando os ingredientes e o modo de preparo. Os udons apresentam massa grossa e cilíndrica e o soba  massa mais fina, feita com trigo integral.

Outra opção de fast food fica para os bentôs (弁当) que são literalmente marmitas e podem ser encontrados prontos em qualquer loja de conveniencia ou pontos exclusivos de venda de bentôs. Dessa maneira você entra na loja de conveniência, vai até a gondola de bentôs, escolhe, paga e pode esquentar nos fornos microondas que normalmente estão perto da saida da loja de conveniencia. Aqui no Japão não é nenhuma vergonha comer marmita. Aliás, essa praticidade surgiu a partir do saudável hábito de as pessoas levarem marmita para a escola, para o trabalho ou para onde for se divertir (parque, praia, etc). Daí a fama da comida saudavel da população Japonesa, que ainda é preparada em casa pela esposa, que, normalmente, não trabalha fora e cozinha para si mesma, para os filhos e para o marido. Se quiser comer saudável, prepare e leve a comida da sua própria casa... eu tive problemas com a comida de rua aqui no Japão, que me aumentou significativamente a minha taxa de triglicerídeos, mas já aderi ao hábito de preparar a minha comida ja faz um bom tempinho e, realmente, me sinto bem mais disposta e saudável!

Mas voltando às lojas de conveniência, ou simplesmente "combini", como apelidaram aqui no Japão, estas oferecem outras opções de lanches rapidos como os onigiris, que sao triangulinhos de arroz recheados e envoltos por uma folha alga (nori)... o negocio é entrar no esquema para estar sempre bem servido, mas sempre atento para nao exagerar! Para uma vez ou outra, ok, mas o ideal é buscar alernativas para comer bem durante a correria do dia-a-dia.

Bem... desejo um excelente 2011 pra vocês, com muita saúde! Tenha certeza que a saúde começa por aquilo que comemos!!! Tive que aprender essa na marra neste ano de 2010!!! ^_^

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Selecionando o Lixo...

Como estive um tempo no Brasil, acabei me desacostumando de escrever no meu blog e ainda fiquei outro bom tempo sem escrever desde que voltei, há umas três semanas. Nada como achar um tema interessante para falar e retomar as atividades.

Muito tem-se falado da questão selecionar os resíduos que retornariam para a natureza, assimilando os conceitos de sustentabilidade. Os 3R's (reuse, reduza e recicle) foram assumidos aqui pela sociedade em diversos aspectos do dia-a-dia no Japão. Primeiro porque o país apresenta-se limitado de recursos naturais por sua área e por sua geografia. Alem disso, os conceitos são passados nas mais diversas esferas da sociedade, tais como escolas, mídia, campanhas, entre outros. Depois porque o governo japonês assinou diversos termos de compromissos internacionais, principalmente no que tange a redução da emissão de dióxido de carbono para a atmosfera, o que contribui com a mitigação do tão discutido e temido aquecimento global.

O que pode ser constatado no dia-a-dia é que as ações são conscientes, principalmente nas pequenas atitudes, e não apenas como campanhas que temos no Brasil, tais como a de "um dia sem carro" ou "um dia sem sacolas plásticas", como vi ontem na Internet. Um dia apenas, claro que é importante, mas não resolve a questão do meio-ambiente. O fundamental é assumir a responsabilidade para uma prática constante e de rotina.

O mais visível daqui fica para o sistema de coleta de lixo, feita de maneira seletiva. Existe um agendamento informado pela prefeitura para cada área da cidade. O lixo orgânico é coletado duas vezes na semana, em outro dia da semana são coletados os lixos recicláveis, como latas, garrafas pet, bandeijinhas de isopor, papelão, vidros e outras modalidades como em recolhimentos especiais, como a coleta de revistas, jornais, papel alumínio, baterias, roupas e outros. A verdade é que realmente os destinos são tomados para que sejam devidamente reciclados ou transformados.

E mais, é necessário um agendamento para o recolhimento de ítens especiais, como móveis e eletrodomésticos, sob o pagamento de uma taxa. Inacreditável e admirável é o como todos da sociedade estão habituados a esta realidade e têm a consciência do como tudo deve ser descartado. Assim, toda essa consciência viabiliza uma realidade bem mais sustentável do que a que temos no Brasil. Fato que no Brasil existem algumas ações que são fundamentais para o reaproveitamento de determinados tipos de lixo, tais como os de latas de alumínio e garrafas pet. Porém, estas ações acontecem sobretudo fomentada pela questão economica, desde os catadores aos empresários que possuem negócios como a transformação de garrafas pet em vassouras, tapetes de automóveis ou mesmo cordas, assim como a reciclagem de latinhas. A viabilidade da ação acontece apenas focada em determinados ítens.

Ainda assim, em 2007 tive a oportunidade de visitar e desenvolver um projeto arquitetonico para a área de aterro sanitário da Grande Vitoria, a Marca Ambiental. Ali existem células de pesquisa para a transformação de determinados tipos de lixo em outros materiais, vinculados a projetos sociais de capacitação. Considerei de extrema importância, porem ainda não cobre a real importância do que significa o descarte diário de uma área urbana, ainda mais em termos nacionais.

Aqui na região metropolitana de Tóquio, através da universidade onde estudo, tive a chance de visitar uma área do recebimento de esgoto de todas as edificações. Do resíduo sólido de todo este esgoto, sobretudo as fezes, existe um sistema gigante que, através da queima, é capaz de gerar energia elétrica e gás para um bairro inteiro, inclusive com torres altas de escritórios, a região chamada Makuhari ( http://www.energy-advance.co.jp/area/makuhari_district.html ). O projeto é inacreditável. E para os usuários finais, a energia é exatamente da mesma qualidade do fornecimento comum. Também o projeto da ilha artificaial de Odaiba, distrito extremamente valorizado da cidade, que também foi realizado com o lixo urbano. Ou seja, solo de Odaiba se compõe basicamente de lixo ( http://web-japan.org/tokyo/know/odaiba/odaiba.html ).

Apesar dessa consciência toda, infelizmente no Japão, a quantidade de material usado para embalagens ainda apresenta-se muito exagerado. Sobretudo em se tratando do plástico. Os japoneses ainda não se livraram do mal costume de embalar ao extremo os seus produtos. Mas se forem considerados os destinos tomados para os lixos pré selecionados, muito tem o que ensinar, mas ainda muito o que aprender. Tudo isso faz parte da evolução em busca de soluções para as catástrofes naturais que já estamos enfrentando. Cabe a cada um fazer a sua parte, diariamente! Você já fez a sua?

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Cultura Reciclável!!!

Lá vou eu falar novamente de mais um tema relacionado às particularidades ligadas à interação das pessoas com os trens. A verdade é que eles também fazem parte da minha vida no dia-a-dia e sempre tem alguma coisa interessante sobre o que falar. Ontem passei pela estação de Nezu, perto do outro campus da minha universidade e me deparei com um equipamento com livros em que as pessoas simplesmente podem pegar o título que lhes interessar para ler.

O que acontece aqui no Japão é que, dentro dos trens, a maioria das pessoas, encontram-se em uma das três situações: dormindo, mexendo no celular ou lendo algum livro - estes normalmente são pequenos para que sejam carregados dentro da bolsa. Esse saudável hábito gera um mercado paralelo de circulação dos livros usados e teve, como subseqüência, a prestação deste tipo de serviço pelas companhias de trem. Como muitas pessoas largam os livros dentro do trem ou em lixos próprios para depósito de livros lidos e descartados, para evitar que sejam jogados fora, decidiram por oferecer estantes públicas e gratuitas de livros.

Nesse sentido, eu tenho que tirar o meu chapéu para os japoneses. Com certeza, este hábito surgiu da necessidade de a maioria das pessoas utilizarem os trens por muito tempo, muitas vezes por mais de uma hora para se deslocar pela cidade. Desta maneira, para utilizarem o tempo de uma maneira racional e proveitosa, lêem dentro dos trens. Às vezes eu também leio... ou durmo (já aprendi a técnica ninja de dormir no trem)... ou também escrevo no meu blog pelo celular, de acordo com a minha necessidade na hora... afinal, eu tenho, todos os dias, uma boa meia-hora de trem pra chegar na universidade!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O Ultimo Trem!!!

Hoje saí da universidade bem tarde e me ocorreu ter que pegar o último trem para voltar para casa. Aqui em Tóquio toda a praticidade que o sistema de transporte público oferece, também apresenta alguns inconvenientes. O primeiro é o altíssimo custo do transporte que apresenta e, o segundo, a limitação de horários das linhas para o último trem.

Quanto ao sistema de tarifação, este é definido de acordo com a distancia e a linha a percorrer. Ou seja, no mínimo o usuário paga o equivalente a 2,40 reais se for de uma estação a outra pelas linhas de trens das ferrovias do governo, a Japan Railways ou simplesmente JR. Se for utilizar os metros, o usuário paga, no mínimo 3,20 reais de uma estação a outra. Fora as linhas privadas que colocam os seus valores de acordo com os seus próprios critérios. A minha sorte, como estudante, é que tenho direito a usar um cartão equivalente a um passe escolar que somente pode ser utilizado no percurso da minha casa ate a universidade. O trecho que percorro vejo bem estratégico e passa por estações importantes, de onde eu posso me ramificar para as demais linhas e estações da cidade, pagando apenas a diferença.

Quanto ao ultimo trem, este vejo como um grande problema porque muitos japoneses trabalham até muito tarde e acabam ficando além do horário oferecido para que consiga voltar para casa, ou mesmo para sair para a noite. Assim, ou a pessoa volta cedo para casa, ou somente na manha seguinte, no primeiro trem. Existe a possibilidade de pagarem uma fortuna pelos táxis, que apresentam tarifas estratosféricas. Isso fomentou serviços 24 horas de alguns restaurantes e lojas de conveniência que se situam em torno das estações. Também impulsionaram a existencia dos famosos hotéis cápsula, que se mostram mais em conta e oferecem o básico que necessitam, ou seja, uma cama para deitar e um vestiário com chuveiro para se refrescar. Alguns não possuem nem os chuveiros. Eu já tive a oportunidade de dormir nesses hotéis cápsula para ver como era e os comparo o tamanho com barracas de camping limpas, sem insetos, sem areia e sem sol quente cozinhando os miolos. Assim, digo que a experiência foi válida. Bem que podiam oferecer trens 24 horas, mesmo que em horários mais espaçados, para atender ao publico noturno. Menos estresse na vida é sempre bom para melhor qualidade dos dias!

sábado, 31 de julho de 2010

E a Gentileza Acaba no Trem!

Merecidamente os japoneses são conhecidos por sua educação e gentileza. É admirável quanta formalidade e demonstração de servidão que os japoneses fazem questão de evidenciar um ao outro. Esta atitude pode ser facilmente percebida, sobretudo no comércio e na prestação de serviços. São rituais e mais rituais, na maneira de falar e de gesticular com movimentos suaves e lentos que dão até gosto de olhar. Tanto que muitas vezes me sinto um tanto quanto bruta e mal educada por não saber me portar em determinadas situações.

Entretanto, toda essa gentileza se esvai pelo ralo quando se trata de disputar pelo seu espaço dentro dos trens e metrôs. Nos horários de pico, normalmente os trens estão lotados, a ponto de ser necessario as epmpresas contratarem funcionários para empurrarem os passageiros para que se consiga deixar as pessoas do lado de dentro e ainda a porta fechar para o trem partir. Nessa condição de o trem abarrotado de gente, muitos se aproveitam para bolinar outras pessoas, tanto que as companhias tiveram que colocar câmeras em vagões de algumas linhas mais caóticas. A condição submissa das japonesas muitas vezes fazem com que as mulheres sejam incomodadas e não falem nada, mas existem aquelas que também estão cada vez mais encorajadas a denunciar. Bolinagem nos trens, quando provada, gera uma multa bem salgadinha para o infrator de 300 mil yenes, o equivalente a 6 mil reais.

Fora isso, é cada vez mais difícil ver as pessoas cederem seus assentos para algum idooso ou gestante e, muitos ainda, sentam nos assentos dedicados para eles, o que é pior. Existem movimentos e panfletagens de associações de idosos exigindo mais respeito dedicado a eles. O que acontece aqui é que a população de idosos no Japão é cada vez maior e os assentos específicos já não estão sendo suficientes. Há menos de um mês, uma senhora idosa estava em um trem em Fukuoka, sul do Japão, e queria sentar-se, o que seria previsível. Havia um estudante que não cedeu o seu lugar e a velhinha, literalmente, quebrou o nariz do adolescente com sua sombrinha e depois foi presa. Este é o reflexo do comportamento dos japoneses no trem. Quanto a este caso, em específico, digo que, tanto a velhinha quanto o estudante, pagaram caro pela sua falta de educação porque também ninguém tem o direito de sair quebrando o nariz dos outros por aí... apesar da vontade e de muitos merecerem... hahaha...

domingo, 25 de julho de 2010

Malhando e Refrescando-se...

Aqui em Tóquio, além das praças e postos de saúde, existem alguns equipamentos urbanos bem distintos, como os centros de esporte em cada cidade. Tóquio, o que poucos sabem, nao é uma cidade, mas uma Província, equivalente ao Distrito Federal, como capital do país. Assim, é composta de várias cidades, conhecidas como Ku (haha...válidos os trocadilhos infames!). Quando eu vim para cá, em 2008, fui viver em Setagaya-Ku, onde permaneci por 2 anos em um alojamento de estudantes. Agora vivo em Taito-Ku, em um apartamento que se mostra bem mais digno do que o de antes, mas comparado aos padrões do Brasil, um ovinho de 40 m2 dividido com uma amiga, diga-se bem grandinho para os padrões japoneses.

O alojameto em que eu vivia antes possuía um pequeno centro de esportes, então eu nunca havia me antenado para os centros de esportes das cidades de Toquio. Na verdade, são grandes “academias” que colocam no chinelo muitas das do Brasil. Essa foto mostra, a partir da piscina, o edificio de multiplos andares e as quadras la no fundo, onde tem um holofote. Eles oferecem aulas de o que você puder imaginar, desde musculação, aikido, alongamento a tênis, baseball e natação, passando também por aulas de música e outros esportes. A pessoa não paga uma mensalidade, mas compra tickets para uso no dia, do esporte que quiser. Assim, se por alguma razão você não pode ir malhar, não fica comprometido em ter que pagar pelo “não-uso” do espaço. Além dos esportes, existem piscinas que são usadas como clubes. As pessoas podem ir tomar um solzinho e usar a piscina sem o compromisso de fazer a natação em si, apesar de ser também possível.

O curioso é que o usuário não pode comprar tickets para ficar mais de duas horas. Ou você compra pra uma hora de uso ou pra duas, sem demais opções. A razão disso é a limitação definida pelo ministério de saúde daqui. E o engraçado é que a cada hora, eles determinam necessariamente 10 minutos de descanso em que ninguém possa entrar na piscina, sendo um descanso obrigatorio, também definido pelo ministério de saúde. Essa medida é tomada no intuito de reduzir problemas por excesso de exercicios de alguns “fominhas”. Ultimamente tenho ido para fazer caminhada aquática na piscina olímpica, o que me garante algum exercício e alguma corzinha! Afinal, a temporada de calor aqui, apesar de esturricar um cidadão, também acaba de repente como uma chicoteada gelada! Tem que aproveitar o verão!

terça-feira, 20 de julho de 2010

Abriram as Portas do Inferno em Tóquio!

Engnam-se aqueles que imaginam que o Japão é o tempo todo um país fresquinho, cheio de neve e temperaturas amenas, com flores de cerejeiras para todo lado, dando aquela sensação de temperatura maravilhosa e idealizada pela suavidade das imagens daqui e distribuidas pelo mundo! O verão mal começou, as temperaturas não estão sendo nada agradáveis e já estão colocando uma pressão a mais no dia-a-dia das pessoas!

Aqui em Tóquio me dá a sensação de ser até pior do que em Vitória! Hoje bateu nada menos do que 36 graus, sem nenhum ventinho para amenizar. Eu olho para as pessoas e parecem estarem todas derretendo. Nem a enorme quantidade de verde nas ruas são suficientes para deixar o ar agradável. Ontem eu vi no jornal que na região de Guma, um senhor morreu de calor, literalmente! Assim, que é fundamental as pessoas se hidratarem. Existem muitos tipos de bebidas repositoras energéticas que aliviam e recuperam a hidratação do corpo humano. Além disso, inúmeras marcas e tipos de sorvetes que estão disponíveis para venda. Tem um tipo específico, chamado kakigori (かき氷)que nada mais é do que gelo picado, com xarope de algum sabor de fruta ou mesmo chá verde. Particularmente eu nao gosto muito, mas isso vende demas porque refresca bastante!

Nas ruas, dá pra ver muita gente se virando para afastar o calor. Os leques, que são acessórios tradicionais japoneses, podem ser encontrados com muitas pessoas abanando nas estações e abrigos, tanto homens quanto mulheres, sem discriminação. Muitas mulheres usando sombrinhas, no literal uso da palavra. Aqui nao são nada apreciadas as pessoas super bronzeadas como são no Brasil. Daí vem a parte inacreditável: ao invés de as pessoas usarem roupas fresquinhas, muitas usam mangas longas e luvas para não se queimarem, mesmo com tanto calor. Eu não sei, mas acho que derreteria neste tipo de vestimenta! Já adotei uma bermudinha social e blusas mais fresquinhas para ir à Univesidade. Entretanto, nas ruas se vê muitas pessoas engravatadas e com roupas nada apropriadas para a temperatura! Dá até pena...

Outros recursos para aliviar o calor tambem são utilizados, como mini-ventiladores individuais e também uns lencinhos úmidos de uma marca de cosméticos chamada Bioré, que, além de terem protetor solar, você passa e a pele fica fresquinha, com a sensação de que você acabou de tomar um banho. Destes, eu sempre carrego um pacotinho na minha bolsa porque me salva de diversas situações em que tenho que estar apresentável e não com aquela cara de que estou morrendo em um deserto. Bem, fico agora na torcida de que chegue o outono, mas enquanto isso, tenho que aproveitar a temporada de calor para tomar um solzinho. Ainda mais que eu descobri que na academia que fica a 3 minutos do meu apartamento, tem uma piscina que posso usufruir como a de um clube. Nos dias de mais disposição, rola de visitar as praias mais distantes. Mas confesso que bate uma certa preguiça de ir para tão longe para ver praias nem tão bonitas... mas a gente se acostuma!!! Um viva para as praias do Brasil!!!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Quanta Segurança!

Hoje tive a oportunidade de vivenciar uma situação em que um amigo arquiteto, com quem fui montar uma maquete em Yokohama, perdeu o celular e a carteira com dinheiro, cartão de banco, dois passaportes (brasileiro e italiano) e outros documentos importantes, em plena estação de Yokohama.

No momento em que ele percebeu a falta, estávamos por pagar a compra de alguns materiais de papelaria, quando ele saiu desesperado para um local onde tínhamos parado para analisar os documentos do projeto referentes à maquete em que iríamos trabalhar. Ele volta sem sucesso de encontrá-los e desceu frustrado para o posto policial mais próximo para fazer um B.O.. Enquanto isso, terminei de pagar a conta e fui aguardá-lo em um local combinado.

Durante a espera, me certifiquei com alguns funcionários da estação sobre o que eu poderia fazer diante da situação. Me indicaram que eu fosse a uma central de achados e perdidos da estação, mas tive que esperá-lo voltar para não nos desencontrarmos. O meu amigo tinha acabado de voltar super para baixo porque não tinha encontrado suas coisas. Não passaram nem dois minutos, veio uma funcionária da estação dizendo que haviam encontrado suas coisas e que deveríamos ir buscar no tal centro de achados e perdidos.

Confirmamos os objetos, assinamos um documento da entrega e tudo estava ali, sem faltar nem uma moedinha! Incrível em se tratando de uma estação tão movimentada como a de Yokohama... o respeito ao alheio e a segurança deste lugar são quesitos de muita admiração... sera que me devolveriam tudo em perfeito estado no Brasil? Apesar de parecer que muita coisa melhorou no nosso país, acho que ainda temos um longo caminho pela frente... a partir dos pequenos gestos e gentilezas do dia-a-dia!

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Um Pouco de Cidade

Que o Japão é um pais em que reinam as bicicletas, isso não é mais novidade, mas o que me chama atenção é justamente a apropriação do espaço para este uso. Não somente para as bicicletas, mas também para os portadores de deficiência, as ruas e calçadas se mostram muito "amigas" dos usuários.

O constante investimento e respeito aos que circulam pela cidade é claramente perceptível. As calçadas são todas continuamente niveladas e possuem a faixa podotátil que, na prefeitura de Vitoria, foi destinada aos mobiliários urbanos e não para os deficientes visuais poderem identificar um percurso seguro, onde circular. Aqui também existe um som característico para que possam cruzar determinadas ruas de mais movimento. E um som diferente para os que cruzam as transversais. Assim, aumenta a segurança daqueles que desejam circular pelas ruas.

No ano em que morei na prefeitura de Oita, tive a oportunidade de trabalhar como voluntária para dar suporte para a delegação brasileira de corredores de cadeiras de rodas. Todos estavam impressionados com a qualidade urbana em termos de acessibilidade. Disseram que já tiveram em lugares parecidos, somente os que eram planejados e construídos pra algum evento, como as olimpíadas.

Além disso, placas e sinalizações são devidamente instaladas para que as pessoas possam se locomover em carro, a pé ou em bicicleta, também calcadas rebaixadas. Assim, compreende-se um pouco dos motivos pelos quais as coisas funcionam bem no Japão. A cobrar dos nossos dirigentes o respeito ao cidadão. Daí é que sai a educação urbana e o amor pela cidade.

domingo, 11 de julho de 2010

Tempos de Campanha Eleitoral

Como o mundo já sabe, mais uma vez o Japão estava em campanha para eleger um novo primeiro ministro. Hatoyama, depois das diversas provas de ingerência de um pais em crise, renunciou o cargo e abriu-se um novo período eleitoral. E as campanhas começaram a pipocar pelas cidades.

Aqui não existe panfletagem, mas sim painéis específicos para que os candidatos possam expor a sua figura, como mostra a imagem deste post. O poder publico distribui esses ゛outdoors゛ pela cidade e fazem a numeração distribuída regularmente nele. Não se vê nenhuma poluição visual de propagandas eleitorais.

Ainda assim, existem comícios distribuídos em áreas publicas e acumulam algumas pessoas neles. Também carros com auto-falantes que podem circular nos finais de semana. Bem. agora eh torcer para que o Japão possa sair dessa fase ruim! A votacao foi ontem!

sábado, 10 de julho de 2010

Cat Cafe

Hoje eu estava saindo de um barzinho em Shimokitazawa, onde comemoramos o aniversário de uma amiga turca, e me deparei com este "cat café". Eu nunca entrei em nenhum lugar como esse, mas tenho amigos que já foram. Tóquio é uma cidade tão absurda, que muitas pessoas acabam não tendo espaço na agenda nem para terem um animalzinho de estimação. Afinal, é comum as pessoas morarem sozinhas e trabalharem até mais tarde.

No intuito de poder liberar o estresse e não precisarem de possuir a responsabilidade sobre algum animal de estimação, muitos recorrem a este tipo de estabelecimento, onde podem desfrutar da companhia dos bichanos, enquanto lêem livros ou saboreiam um cafezinho. Um grande publico também é formado por pessoas idosas que já perderam seus parceiros e necessitam da companhia de um gato. Os animais são extremamente bem cuidados e asseados. Estão sempre prontos para receber os afagos.

De alguma maneira, os clientes conseguem não se sentirem tão sozinhos e voltam para casa satisfeitos em desfrutar da companhia de um gatinho "alugado". Estes tipos de bar estão espalhados sobretudo nas regiões que apresentam grande numero de bares, sendo uma opção dentre uma enorme gama de estabelecimentos. Aqui no Japão os gatos são mais populares que os cachorros e isso assegura um publico maior. Eu fico imaginando se no Brasil vingaria este tipo de estabelecimento. Não sei, mas acho que não.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Bora Pedalar!!!

Não é apenas pra praticar exercício, mas a bicicleta no Japão significa estar equipado para ir e vir no que remete a locomoção urbana. Uma vez eu vi em um vídeo que Tóquio possui o dobro do numero de habitantes em relação a São Paulo e a metade dos carros. E isso é verdade porque raramente o trânsito esta engarrafado. Essa proporção não vale para o numero de bicicletas, uma vez que o numero delas por habitantes gira em torno de 0,75. Ou seja, 75% da população do Japão usa a bicicleta como meio de transporte.

Bicicleta está no dia-a-dia das pessoas e o trânsito de pedestres está mesclado com o de bicicleta em muitas partes das cidade. Lógico que é importante a existência da ciclovia, mas a falta dela em alguns pontos da cidade não inibe o uso delas. E qual seria a razão disso tudo? A lógica da cidade gira em torno do transporte publico, sobretudo os trens e metrôs. A referência para as pessoas sempre é o nome da linha em que você mora ou trabalha e a quantos minutos fica a partir da estação. Os alugueis mais caros, normalmente, alem de ser considerado o tipo de apartamento, são também calculados pela sua proximidade a estação de trem caminhando. Na maioria das vezes, o percurso entre a residência e a estacao é feito por bicicleta, assim como entre o trabalho e a estação. As pessoas também utilizam a bicicleta para fazer compras e circular por lugares próximos. Alguns mais bem-dispostos fazem percursos mais distantes.

Estou em um pais onde o transporte publico funciona de uma maneira extraordinária e o Japão constitui um exemplo para os demais países quanto a este quesito. Incrível como as coisas funcionam aqui. O transporte publico é acessível e usado por todos, do mais pobre ao mais rico. Esta prática, claro que não caminha sozinha. Os acessos e as vias são muito adequados e harmonizam-se com os usuários, assim como a infra-estrutura, tais como estacionamentos e serviços especializados. Tudo muito organizado e adequado para um objetivo de praticas sustentáveis! O planeta agradece!!!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Vai uma Cervejinha?

Apesar de o Japão ser mundialmente conhecido como o pais do sakê (酒),assim como no Brasil, a cerveja aqui pode ser considerada uma verdadeira ゛paixão nacional゛, com um mercado consumidor extremamente amplo. Antes de conhecer a vida daqui, eu não fazia idéia do quanto é importante a cerveja para o dia-a-dia no Japão. Não possuo dados, mas considero bem equiparado ao consumo no Brasil, ou até maior, já que japonês bebe muito, sem limite.

Em relação a cerveja brasileira, a japonesa contém um teor alcoólico um pouco mais elevado, variando entre 5 e 6%, contra os nossos 4%, apresenta-se bem mais encorpada e, apesar de também consumirem marcas importadas, o produto nacional encontra-se bastante diversificado e muito consumido. As marcas mais expressivas são a Sapporo, a Suntory, a Asahi e a Kirin, sendo que cada uma apresenta um numero grande de variacoes do produto, de acordo com a demanda, a campanha e com a época do ano.

A cerveja cai muito bem com o tradicional sushi (寿司) e é a bebida mais consumida nos nomikais (飲み会), que são encontros para as comemoracoes de empresas ou de amigos nos izakayas (居酒屋), os botecos típicos japoneses, principalmente sob a forma namabiiru (生ビール), que nada mais é do que o chopp. Particularmente, gosto muito da cerveja daqui e confesso que vou sentir falta quando eu voltar pro Brasil... um brinde!!! Ou melhor, Kanpai (乾杯)!!!

Hoje é dia de Tanabata Matsuri (七夕)

Uma lenda japonesa conta a origem do festival Tanabata:

Há muito tempo, de acordo com uma antiga lenda, morava próximo da Via-Láctea uma linda princesa chamada Orihime (織姫) a "Princesa Tecelã".

Certo dia Tentei (天帝) o "Senhor Celestial", pai da moça, apresentou-lhe um jovem e belo rapaz, Kengyu (牽牛) o "Pastor do Gado" (também nomeado Hikoboshi), acreditando que este fosse o par ideal para ela.

Os dois se apaixonaram fulminantemente. A partir de então, a vida de ambos girava apenas em torno do belo romance, deixando de lado suas tarefas e obrigações diárias.

Indignado com a falta de responsabilidade do jovem casal, o pai de Orihime decidiu separar os dois, obrigando-os a morar em lados opostos da Via-Láctea.

A separação trouxe muito sofrimento e tristeza para Orihime. Sentindo o pesar de sua filha, seu pai resolveu permitir que o jovem casal se encontrasse, porém somente uma vez por ano, no sétimo dia do sétimo mês do calendário lunar, desde que cumprissem sua ordem de atender todos os pedidos vindos da Terra nesta data.

Na mitologia japonesa, este casal é representada por estrelas situadas em lados opostos da galáxia, que realmente só são vistas juntas uma vez por ano: Vega (Orihime) e Altair (Kengyu).

fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tanabata

Testando Postagem pelo Celular

Oie! Resolvi resgatar meu blog e estou testando meu celular como recurso de postagens! Aproveito para mandar uma fotinha da janela do meu ape em Asakusa! Eis a futura nova torre de Tóquio ao fundo, em construção... ^_^

Daqui pra frente, basicamente postarei diariamente a partir do trem, já que tenho 32 minutos diários de viagem... e viva meu celular!!!

Repaginando Tóquio

Muito bem! Agora sim eu me sinto em casa novamente. A minha maratona de permanecer em Tóquio para fazer o Doutorado me custou uma grande peregrinação. Eu já havia decidido voltar ao Brasil, mas muitas coisas me pesaram na hora de resolver ficar por aqui... e a decisão foi tomada! Assim, até chegar onde estou, fiz pouso e passagem por vários lugares... Kichijoji, Rio de Janeiro, Vila Velha, Komagome e, finalmente agora estou em minha casinha nova e me sinto em o que podemos chamar de lar... Asakusa!!!

Asakusa é de encher os olhos... um lugar em que existe uma super concentração cultural que pode ser percebida em diversos pormenores... e eu diria que é muito inspirador circular pelas ruas e ver a tradição japonesa ainda enraizada por aqui... ainda assim, novíssimos elementos também são evidentes como a nova torre de Tóquio... ao que parece, será a estrutura mais alta da Ásia... a aguardar sua inauguração em março de 2011... sim... o verde faz parte da vista que tenho a partir da minha janela, assim como o volumoso rio Sumida. Divido apartamento com a Miriam, uma amiga argentina que fiz enquanto morava em Soshigaya...

Confesso que, quando me mudei para cá, me senti um pouco visita na minha própria casa... mas agora eu me sinto confortável o suficiente para querer estar em meu espaço... já recebi a visita de alguns amigos daqui de Tóquio e todos gostaram muito da minha nova casinha. Certo que algumas modificaçoes ainda serão feitas para eu me sentir ainda mais em casa... mas isso leva um tempinho... agora é curtir meu novo espaço e desfrutar da brisa que circula em meu quartinho... :)